Discava novamente os números no teclado do telefone móvel, uma voz feminina eletrônica dizia que no momento era impossível completar a ligação, cada minuto a mais naquele determinado momento a fazia enlouquecer, trocava de canais constantemente, o controle remoto da televisão estava exausto e nada era capaz de agradá-la.
Decidiu por escrever, contudo as palavras não saiam de sua mente, pois estava infectada por algum tipo de vírus, sentada na beirada da cama e com pantufas nos pés, de caneta e papel nas mãos, não parava de imaginar no que poderia estar acontecendo a quilômetros dali, em sua prisão pessoal e particular, refletiu as tantas vezes em que sofrera desse mal e como de nada adiantou as várias seções de ioga.
Não esperava aquilo, uma sensação estranha e estressante que a inquietava e machucava teu coração, sentia o vírus percorrer por suas veias, precisava gritar ou chorar mas não conseguia, já não controlava suas emoções. Quando menos notava era pega olhando o telefone que não respondia a sua troca de olhares. Mesmo com sono não conseguia deitar e andava pela casa sem parar. No porta-retrato o sorriso do seu par, mas caminhava ao teu lado o celular.
Apagou as luzes e desligou os eletrônicos, o silêncio e o breu bailavam naquele interior e no seu próprio. Percebeu que aquela batalha estava perdida e decidiu aguardar o troféu que chegaria pela matina em forma de: - Bom dia!
Jefferson Lucas
(François de La Rochefoucauld)
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