terça-feira, junho 12

Marcas de Giz


Apagaram as luzes.
Já deve ser tarde,
Mas para mim pouco importa as horas
Apesar do sono não me sinto tão cansado
Cada palavra do seu caderno
Agora faz sentido e não consigo parar de refletir
Consigo sentir o grafite fazendo amor com o papel
Consigo ouvir sua voz distante me chamar
Preciso de alguém para amar
Uma vida para cultivar e florescer
Felicidade posso oferecer
Teu corpo cada vez mais presente
Marcando de vez seu lugar na minha história
Uma noite fria dessas
Sonhei que você sorria
Planejava na minha mente geralmente vazia
Um relacionamento estavél e louças na pia
Um passeio à barco
Uma menina para chamar de filha
Escrever poesia num quadro negro
Desenhar um coração com seu nome dentro



“ - Quem imaginaria que pedacinhos de giz me faria feliz!”



Jefferson Lucas



Para meu amor Giselle que me inspira com seu jeito de ser e seus textos.

TE AMODORO

domingo, março 28

Vírus C



Discava novamente os números no teclado do telefone móvel, uma voz feminina eletrônica dizia que no momento era impossível completar a ligação, cada minuto a mais naquele determinado momento a fazia enlouquecer, trocava de canais constantemente, o controle remoto da televisão estava exausto e nada era capaz de agradá-la.


Decidiu por escrever, contudo as palavras não saiam de sua mente, pois estava infectada por algum tipo de vírus, sentada na beirada da cama e com pantufas nos pés, de caneta e papel nas mãos, não parava de imaginar no que poderia estar acontecendo a quilômetros dali, em sua prisão pessoal e particular, refletiu as tantas vezes em que sofrera desse mal e como de nada adiantou as várias seções de ioga.


Não esperava aquilo, uma sensação estranha e estressante que a inquietava e machucava teu coração, sentia o vírus percorrer por suas veias, precisava gritar ou chorar mas não conseguia, já não controlava suas emoções. Quando menos notava era pega olhando o telefone que não respondia a sua troca de olhares. Mesmo com sono não conseguia deitar e andava pela casa sem parar. No porta-retrato o sorriso do seu par, mas caminhava ao teu lado o celular.


Apagou as luzes e desligou os eletrônicos, o silêncio e o breu bailavam naquele interior e no seu próprio. Percebeu que aquela batalha estava perdida e decidiu aguardar o troféu que chegaria pela matina em forma de: - Bom dia!



Jefferson Lucas



"O ciúme, o receio de deixar, o medo de ser deixado são as dores inseparáveis do declínio do amor."
(François de La Rochefoucauld)



sábado, fevereiro 27

Nublado



Não entendo porque um dia nublado não pode ser lindo...

Sei que dias melhores estão por vir...

Mas quem não curte um cobertor de nuvens...

Numa tarde agradável com uma brisa soprando canções...

E poder fechar os olhos para o mundo por alguns instantes e sentir-se em paz...

Ir às nuvens, elevar às nuvens e cair das nuvens...

Me agrada muito a vida...

Dando asas a minha imaginação...

Cada inesperado momento esperado...

Tomar sorvete mesmo resfriado ou roubar um beijo num ônibus lotado...

Tanto faz seja num dia de céu azul com o contraste verde das árvores

Ou num dia frio e nublado.

Jefferson Lucas


"Vamos viver a vida ao extremo porque amanhã, tudo pode acontecer."

segunda-feira, agosto 10

Leito

Obs: Texto sem acentuaçao. Teclado desconfigurado!

A colher com xarope, o lençol colocado por cima do seu corpo, o beijo na testa e um pedido a Deus que melhorasse, demostravam a quantidade de carinho que ele abrangia por ela. Ele era alguem em quem poderia confiar, alguem que importava-se com o que ela representava, independente das suas atitutes covardes e egoistas que o magoavam, contudo ele jamais fraquejou, ele aproximava-se mais e mais.



Ao lado da cama com olhar de preocupaçao, a agua fervendo no bule para o cha, os sonhos adormecidos em sua mente de um romance ao lado dela, assim ele queria ser o par perfeito, pelo menos o amigo apaixonado que talvez um dia fosse notado, essas eram suas esperanças, privar-se de sua vida por outra vida, aquilo era muito cruel, quem observava de fora, sabia do seu sofrimento, dos esforços que fazia para agrada-la, “ - Voce pode fazer isso por mim?”, sem relutar dizia “ – Mas e claro!”.


Durante o leito, a menina lamentava ter errado tanto e não ter respeitado os sentimentos de quem realmente a amava, perguntava-se “Porque fui tao cega?”,“Porque amamos quem não nos ama e damos valor as pessoas erradas?” .


A sua ultima noite foi de um interrogatorio pessoal, seu corpo sucumbia em lagrimas, ele tinha adormecido segurando a sua mao, aquilo a confortava, suas atuaçoes simples e efetivas mesmo após a morte não seriam esquecidas, tentou adivinhar o que ele deveria estar sonhando mas não conseguiria chegar ate o fim do sonho, pois a sua hora tinha chegado.


Os dois adormeceram juntos de maos dadas, porem somente um deles acordaria para uma nova vida, talvez um recomeço tornara-se necessario para ambos, infelizmente somente um sobreviveu da sua doença. E essa doença era o amor.



Faça-se apaixonado e faça-se apaixonar...

Contudo sempre a um limite entre a razao e a emoçao...



Jefferson Lucas

sábado, julho 11

Imovél para ser feliz


Sentada no sofá em frente a televisão, assistia um daqueles filmes românticos fim de madrugada, relembrava de noites anteriores, o controle remoto na sua mão direita não tinha como mudar, não podia parar as lágrimas que escorriam e secavam em suas bochechas.


O clima frio da noite atingia sua pele, sentia falta do companheiro, no filme o casal de namorados se entregavam completamente um ao outro, e ela fechou os olhos e pode começar a imaginar mas preferiu abri-los e evitar ao máximo.


Quis ser forte, eu sou forte, desligou a televisão, foi para o quarto, ligou o ventilador e pediu a Deus que esquece-se o que tinha passado, amém, deitada olhando para o teto planejava sua nova vida, lá fora, na rua tocava uma música que a puxou de volta ao passado não tão distante.


As lágrimas acompanharam ela pela noite e quando o sol chegou pela manhã, com os olhos avermelhados e inchados, discou um número no telefone, que tinha apagado da agenda, porém na mémoria aqueles números sorriam como um prêmio de loteria. Mesmo sabendo que estava certa pelo fim, pediu desculpas e pediu o seu retorno.


Caros amigos, o amor é mágico, contudo as vezes nos cega de uma forma, que cometemos erros terrivéis, imaginando que o problema esteja sempre conosco, queremos tanto agradar o outro, que esquecemos de nos contemplar diariamente com uma boa dose de felicidade.


Ame-se primeiramente...
Para amar ao próximo...
Jefferson Lucas

quinta-feira, junho 18

Ela e ele



O lugar para aqueles dois era o que menos importava no momento, perto dos pensamentos e desejos que rondavam nas suas mentes. Já havia alguns anos que não olhavam nos olhos um do outro, que não sentiam aquele abraço aconchegante e que não apreciavam o carinho aproximado que cultivaram até aquele momento de sua amizade.

Olhares, poucas falas, um ar sem graça e meio frio se instalou naquele lugar, nem de longe lembrava os animados assuntos das últimas conversas que tiveram, as pernas dele tremiam, as mãos dela suavam, o olhar dela escondia o desejo dos lábios dele nos seus, a carta escondida no bolso de trás da calça desbotada dele não revelou o querer do relacionamento entre ambos. Não sentiam fome e nem sede, pórem seus corações queriam se alimentar da semente que já estava plantada e vinha sendo cultivada a distância.

Faltava tão pouco e ao mesmo tempo estava tão distante. Sorrisos de canto, goles de água e piadinhas contadas entre os assuntos do cotidiano. Elogios, “adorei seu cabelo”, gentilezas que faziam parte das suas personalidades. Era noite, o ponteiro do relógio só não passava, pois era digital e nele os números confundiam-se no pulso.

Se os pensamentos tivessem vida, com certeza, pulariam um no outro. Não perdiam para ninguém em criar expectativas e imaginar situações. Contudo por receio, a imaginação venceu a realidade e o amor oculto continuou amizade.

Uma semana após o ocorrido, ela tinha retornado com o ex-namorado e ele queimava a carta escrita.


As oportunidades passam a todo o momento entre nossos dedos...
Observe e aproveite tudo...



Jefferson Lucas

Bye ^ ^

sexta-feira, maio 15

Pequenas teclas. Pequenos gestos.


De lados opostos da tela,

tanto na vida amorosa quanto na vida social,

Eles trocavam afinidades nas pequenas teclas e nos pequenos gestos.


De grão em grão foram preenchendo as lacunas das coisas que faltavam a ambos,

Mesmo a distância, era mais importante um para o outro do que qualquer amigo constante.


Muitos diriam que estavam se apaixonando,

altos papos até de madrugada,

Trocaram telefones e o assunto rendia pela linha e o dia ia embora,


Gostavam de bolo de cenoura, chocolate e coca-cola,

Detestavam dar esmola, melancolia, melancia e mariola.


Concordaram em nunca se encontrar ou cobrar algo um do outro,

Com medo de perderem o que tinham construído e se estabilizado,


Ambos infantis, covardes e sonhadores, preferiam o contentamento vivido.

Ao invés da cruel expectativa de um futuro em comum.


Mascarados por suas telas, separados fisicamente.

Suas teclas tão pequenas e seus grandiosos gestos de carinho,


Seguiriam seus destinos até quando um dia o telefone não tocar mais,

Ou quando o seu status estiver definitivamente ocupado.



Jefferson Lucas


Os Pequenos Detalhes Me Apegam...



Bom fim de semana